Poemas
Beleza efêmera
Bota pra foder!
Acende o cigarro.
apaga, acende, apaga, acende, queima o dedo! Porra!
Escreve poema,
escreve crônica,
escreve carta de amor,
escreve palavrão, escreve mesmo, bota tudo pra fora.
Grita. Esperneia. Geme
Mas geme muito! Ah! Ah! Ah!
Mais alto! Aah! Aah! Aah!
Levanta o dedo do meio
manda o mundo se foder e grita
grita pra caralho
faz som de desespero.
Som de desamparo
Som de liberdade
Som de chuva
Som de cara
Som de vara
Som! Barulho!
A fome de carne, de sangue
escorrendo pelos dentes podres.
Caninos acessos na voz
Loucura vibrante da melodia
Corre, foge, fode, recita, versifica
Eu, tu, ele, nós, voz, eles
Eu lambo
Tu gemes
Ele olha
Nós gostamos
Voz se emite
Eles gozam
O fruto proibido não é maça
É o que temos entre as pernas
É o que temos dentro de nós
É o que temos na cabeça
É o que nos faz rebelar contra tudo
É porrete, é cassete, é alma!
Faz, faz, faz e nada faz.
Anda, anda sem chegar.
Cai em tentação
tentação é vibração, é paixão
É beleza! Que beleza!
É loucura, é Elke, é Rita
É Elis!
Toma cachaça
Bebe leite
Bebe tudo
Engole
Vira o copo
Bate na mesa
e reserve toda essa poética porcaria.
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