Mundo Novo




Existem flores mortas por onde caminho.
Existe lama,
não existe chão.
A estrada é tomada por corpos 
a estrada é tomada por almas. 

Toma conta a podridão dos olhos humanos 
o escuro que se assemelha ao dia 
os barulhos dos carros
os ossos se partindo 
a carne dilacera-se 
a estrada é tomada por sangue 
um sangue viscoso, marrom e fétido. 

Abutres voam no céu; 
Caminham na terra;
Entram em suas casas.
Na ausência de alimento 
alimentam-se de sua própria espécie. 

Cada um por si, 
cada corpo, cada passo 
cada respingo de sangue no asfalto quente 
cada respingo de sangue na lama
cada respingo de sangue no céu 
tudo é sujo. 

A morte vaga pela estrada
sem medo 
comandando o caótico. 
Vidas a seguem 
pessoas contratam-na 
vermes se rastejam 
vermes alimentam-se dos vivos
os vivos alimentam-se dos mortos 
e todo não ser surge feliz. 





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