Poemas
poema de um dia.
Te abraço.
enlaço seu corpo junto ao meu na tentativa, inútil, de nos tornar um só
Na primeira eu não ouço o telefone tocar
na segunda eu ignoro,
não o solto.
Sem pensar entrego o corpo a cama
e nos fundimos em uma coisa.
Percebo seu olhar longínquo
percebo sua pele fria enroscar minha carne.
percebo seu corpo.
Na terceira resolvo atender
é um ponto qualquer do país.
Desliguei na cara de um desconhecido.
Penso em voltar para a cama,
retornar ao meu corpo
no entanto algo me fixa no chão
não me movo.
retomo o caminhar
um pé segue o outro numa constante sincronia
tento voltar a posição inicial
mas a inconsistência leva-me para o lado oposto.
Te procuro pelos cômodos
caminho pelo corredor e nossos retratos na parede me encaram
olhos fixos me seguem.
Você não está aqui
e enquanto caio, olhos continuam fixos em mim
meu corpo desmonta.
Depois de notar que fugiu
depois de notar que não havia amor algum.
Depois de acordar...
Me abraço
enlaço meu corpo junto ao meu na tentativa, inútil, de me tornar um só.
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