Poemas
Caiá
Caiá era menina moça
Tão criança e inocente.
Caia gostava de ser adulta
Mas não passava de uma moçoila
Que brincava e corria pelas ruas vermelhas.
Teimosa e desobediente
Caiá corria até rasgar o vestido de seda ou cetim
Sem se preocupar com etiqueta.
Caiá vivia na rua
Era menina índia.
Todos sabiam quando Caiá estava por perto
Não deixava nada em silêncio
Tudo com agitação dos seus inocentes dez anos.
Mas o que seria Caiá?
O nome não era
Apelido talvez
Mas o que significava?
Caiá nunca respondeu
Nem tirou minhas dúvidas.
Caiá brincava e caia;
Caiá levantada e voltava pro chão
Inúmeras vezes, mas sempre correndo e sorrindo
Caiá quase não tinha amigos reais
Só os imaginários
que a perseguiam
por toda a tarde, manhã e noite.
Às vezes na madrugada
Quando sonhava ou tinha pesadelos
Caiá era caiá e ninguém mais
Era moça, menino, menina e animal
Era inteligente e brincalhona
Até que caía caiu e sumiu
Daí descobri o apelido
E que o errado acento era só de charme.
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