Autores Nacionais
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Loureiro de Abreu, um dos escritores mais importantes de sua geração, suas obras são escritas de um jeito bem simples e pessoal e abordavam tudo o que poderia ser nomeado de "tabu" para a época.
Nascido em 12 de Setembro de 1948 em Santiago, no Rio Grande do Sul. Cursou Letras e Artes Cênicas, porém as interrompeu ambos cursos para trabalhar como jornalista, a principio na revista Veja, e outras depois. Também era colaborador em alguns jornais como o Folha de S. Paulo. No início da década de 70 se exilou para Europa, onde viveu durante um ano. Quanto retornou a Porto Alegre em 1974 foi visto "travestido" na Rua da Praia. Caio era abertamente homossexual em plena Ditadura Militar brasileira. Em 1994 regressou a França de onde voltou no mesmo ano descobrindo-se portador do vírus HIV. Em 95 se torna 41º patrono na Feira do Livro de Porto Alegre. No ano de 96 voltou a morar com seus pais e faleceu no mesmo ano no dia 25 de fevereiro, mesmo dia que Mário de Andrade. Seus restos mortais são encontrados no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
Obras e frases de Caio ficaram muito mais famosas através do facebook, tumblr e aplicativos. Sem contar seus livros que são muitos conhecidos como Morangos Mofados, #CaioFernandoAbreu de A a Z, Limite Branco e Ovelhas Negras. Fora Cartas que podem ser encontradas em seu site oficial.
Algumas obras de Caio Fernando Abreu:
"Mas só muito mais tarde, como um estranho flash-back premonitório, no meio duma noite de possessões incompreensíveis, procurando sem achar uma peça de Charlie Parker pela casa repleta de feitiços ineficientes, recomporia passo a passo aquela véspera de São João em que tinha sido permitido tê-lo inteiramente entre um blues amargo e um poema de vanguarda. Ou um doce blues iluminado e um soneto antigo. De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira. Como quando, olhando para baixo, a deusa se compadece e verte uma fugidia gota do néctar de sua ânfora sobre nossas cabeças. Mesmo que depois venha o tempo do sal, não do mel."
"Não, meu bem, não adianta bancar o distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo..."
"Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva."
"E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."
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