Imagina

         Dia após dia eu acordo e contínuo. É duro ver você todo dia e saber que tudo vai continuar na minha imaginação e que tudo aquilo que chamei de sentimento foi uma brincadeira de mau gosto do meu próprio corpo. Você tem parcela de culpa, me insinuava coisas, me olhava diferente, era uma coisa que me confortava, mas era apenas na minha cabeça. Não era nada. Não havia nada, foi apenas uma leviandade de um louco esvairado que precisava tanto de amor que o viu onde não existia, ou não era constante e recíproco. Eu tentei parar e confesso que até tentei te beijar, mas desisti. Faltou coragem. Quem sabe naquele bravo ato de imaginação não começasse algo real. Se inciasse o verdadeiro amor. Amor pagão, amor pra toda vida. Mas cá estou eu. Pegado na imaginação novamente. Fico até com medo de você não existir e eu descobrir que era apenas uma miragem, um amigo imaginário, um fantasma, até mesmo um anjo da guarda. Essa mente ainda me mata, essa coisa de pensar e poder criar ainda acaba comigo.